Segundo o Censo de 2021, mais de 10 milhões de brasileiros são surdos ou possuem algum grau de deficiência auditiva. No entanto, embora também seja uma língua oficial no Brasil, pouca gente é fluente em LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), incluindo pais e familiares de pessoas com deficiência, o que compromete a comunicação dentro e fora de casa e dificulta o cotidiano desse grupo.

Para ajudar na solução do problema, a Hand Talk usa inteligência artificial (IA) para fazer a tradução automática de textos, áudios e imagens para Línguas de Sinais, melhorando a comunicação entre pessoas surdas e ouvintes. O aplicativo usa a IA generativa do Google, que permite uma tradução de alta qualidade, já que consegue entender contextos e regras. A startup criou ainda o Hand Talk Community, onde voluntários gravam vídeos interpretando frases na Língua de Sinais do país em que vivem. Esses vídeos ajudam a treinar os modelos de IA e aprimoram o conhecimento dos tradutores virtuais da startup, Hugo e Maya.

Pais e mães passaram a se comunicar, de fato, com os seus filhos ao usar o app da Hand Talk como tradutor ou para aprender Libras. O app já conta com mais de oito milhões de downloads e já realizou quase três bilhões de traduções. E o plugin disponível para sites permite que inúmeras pessoas surdas ou com deficiência auditiva consigam se informar sobre o que acontece no mundo ou fazer compras online.

“O poder da IA é incomparável. Os usuários perceberam uma melhora significativa na qualidade da tradução e a confiança começou a vir mais forte. Conseguimos ajudar o surdo a compreender o mundo através das nossas ferramentas. Agora, nosso objetivo é fazer com que o mundo compreenda o surdo. Só assim iremos viabilizar uma comunicação de duas vias e a inclusão dessas pessoas de forma justa e equitativa na sociedade, seja em ambientes presenciais ou em videoconferência. Esse é o grande legado que queremos deixar para a humanidade”, diz Ronaldo Tenório, cofundador da Hand Talk.