“Um país sem leitura e que não conhece sua própria história está fadado a que?” Foi esse questionamento que instigou, em 2018, a criação do projeto Amazônia das Palavras que, por meio de uma expedição marítima voltada ao incentivo à leitura e atividades, busca transformar a vida de moradores de comunidades remotas à beira dos rios Madeira, Amazonas e Negro.

O coração do projeto são as oficinas-expedições itinerantes realizadas em escolas públicas de Ensino Fundamental e Médio de oito cidades ao longo dos 1.300 km entre Porto Velho e Manaus. Ao reafirmar a cultura local, seus valores, lendas, mitos e línguas, por meio de elementos que não fazem parte da educação regular - como moda, música, cinema, artes circenses - empodera os elementos e raízes da história local.

As expedições são patrocinadas pela Lei de Incentivo à Cultura e a 3ª edição, realizada em 2024, foi totalmente financiada pelo Google, com orepasse de R$ 1.569.138 milhões. O recurso possibilitou levar arte e literatura para mais de 3.700 alunos de escolas públicas, contribuindo com a redução da desigualdade na região, uma das ODS da ONU.

Para amplificar ainda mais o seu impacto, a expedição literária, que dura meses de planejamento e 18 dias na hidrovia, passou a doar livros para ampliar as bibliotecas das escolas onde as atividades foram realizadas, incentivando ainda mais a paixão por eles e o desenvolvimento da leitura e da escrita.

“Regressamos seis anos depois da primeira expedição e fizemos questão de repetir as escolas para ter um reencontro. Não temos como mensurar o impacto do que vivemos, mas navegamos em um território que é quase metade do Brasil reafirmando a cultura local e gerando renda e, sem o Google, esse projeto não existiria. Espero que, com o apoio dele, consigamos furar a bolha, estimular a criação de outros projetos na região e facilitar a captação de investimentos para que possamos dar continuidade ao projeto e, assim, despertar o interesse dos alunos de forma mais consistente, além de apoiar no processo formativo dos professores”, comenta Fernanda Kopanakis, Coordenadora do Amazônia das Palavras Terceira Edição.